Concurso Brasileiro de Canto Maria Callas
Criado em 1993 pelo tenor Paulo Abrão Esper e a pianista Cidinha Rasetti para realizar o mais sincero desejo de trabalhar pelo direcionamento artístico e desenvolvimento de carreira de jovens cantores, o Concurso Brasileiro de Canto Maria Callas realizou 10 edições bienalmente até o ano de 2013.
Passando por uma reestruturação, o Concurso iniciou sua trajetória anual e, de 2013 a 2017 foi realizado para um título de ópera específico e um grande prêmio masculino e outro feminino. Durante este formato as óperas realizadas foram: Rigoletto (de Giuseppe Verdi – 1813-1901), Il Barbiere di Siviglia (de Gioacchino Rossini – 1792-1868), Carmen (de Georges Bizet – 1838-1875), La Bohème (de Giacomo Puccini – 1858-1924) e La Traviata (de Giuseppe Verdi).
Acompanhando as necessidades evolutivas no caminho do direcionamento artístico e desenvolvimento de carreira, no ano de 2018 o Concurso Brasileiro de Canto Maria Callas apresenta seu formato e premiação mais abrangentes. Os prêmios são oferecidos na fase final para primeiro, segundo e terceiro lugares, nas categorias feminino e masculino. E os papéis para uma ópera, título da Temporada Anual da Cia Ópera São Paulo, são oferecidos a todo candidato efetivamente inscrito e participante de qualquer uma das fases do Concurso. As já apresentadas desde então foram Roméo et Juliette (de Charles Gounod – 1818-1893); Madama Butterfly (de Giacomo Puccini); Il Guarany (de Antônio Carlos Gomes); Gianni Schicchi (de G. Puccini) e neste ano de 2022 a ópera I Pagliacci (de Ruggero Leoncavallo).
Com um de seus focos direcionados para um título operístico e por sua dimensão e qualificação artística, se tornou, na opinião da crítica especializada nacional e internacional, o mais importante e significativo concurso de canto lírico da América Latina. Este reconhecimento fortalece cada vez mais a vontade de dedicar nosso trabalho ao jovem cantor.
Certamente este é o resultado por trazermos um júri nacional e internacional capacitado e do mais alto nível artístico. Sempre formando a banca de jurados com diretores artísticos, críticos respeitados, diretores e editores de revistas especializadas, cantores renomados e de sólida carreira artística internacional nos principais de ópera do mundo.
Os mais importantes nomes da ópera e companheiros da célebre Callas estiveram presentes como jurados do Concurso, dentre os quais podemos realçar Magda Olivero, Fedora Barbieri, Gabriella Tucci, Luigi Alva e Silvia Sass.
O Concurso, de abrangência latino-americana, já premiou Edgardo Rocha (tenor uruguaio com importante carreira nos principais teatros de ópera do mundo) e revelou importantes nomes no Brasil como Marcello Vannucci; Edna D’Oliveira; Eiko Senda; Taís Bandeira; Rodolfo Giugliani e muitos outros que já fazem parte das temporadas de ópera de Manaus, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Theatro São Pedro e Theatro Municipal de São Paulo.
Contamos com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, por meio de sua Secretaria de Estado da Cultura e da Prefeitura Municipal de Jacareí, através da Fundação Cultural “José Maria de Abreu”. Foi incluído no Calendário Oficial de Jacareí pela Lei nº 5.846/2014 e no Calendário Turístico do Estado de São Paulo pela Lei nº 15.707/2015.
É orgulho para este Concurso descobrir novos talentos e encorajar os jovens a trabalharem para o enriquecimento e a evolução de nossa cultura.
“Tive uma tia soprano, Tia Dalva. Éramos vizinhos e desde muito pequeno a escutava ensaiar em sua sala. Por vezes ela colocava os discos de vinil para tocar e certa vez uma voz mexeu comigo, hipnotizou-me… Tratava-se da voz de Maria Callas.
Poder homenagear sua história, sua vida, seu talento é uma honra para a Cia. Ópera São Paulo e para mim. Determinação, dedicação e foco é o que nosso trabalho busca copiar das qualidades dessa diva.” – Paulo Abrão Esper
Maria Callas
Nasceu em 2 de dezembro de 1923 em Nova Iorque. Filha de imigrantes gregos, chamava-se Maria Sophia Anna Cecília Kalogeropoulus.
Fez sua estreia triunfal em 1947 com apenas 24 anos, protagonizando “La Gioconda” na Arena de Verona, após várias apresentações estudantis em Atenas. Teve uma carreira estrondosa cantando nos principais teatros e salas de concerto do mundo. Era solicitada por todos os maestros e diretores de cena, em produções feitas especialmente para ela.
Callas foi responsável por produções de óperas ignoradas e até mesmo nunca cantadas. Talvez, isso tenha sido sua maior contribuição para o mundo da ópera.
Esteve no Brasil apenas em 1951, cantando nos Teatros Municipais de São Paulo e Rio de Janeiro.
Faleceu em Paris, em 16 de setembro de 1977, com apenas 54 anos.
Era muito cedo para Maria Callas deixar o mundo, mas ter colaborado para a preservação da ópera é motivo de gratidão e não de lágrimas.